✝️ Sexta-feira Santa: Silêncio, Cruz e Amor
Passagem Bíblica:
“E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.”
(João 19, 30)
Introdução
A Sexta-feira Santa é o dia em que o céu se cala e a terra treme. O Filho de Deus está suspenso entre o céu e a terra, braços abertos, coração ferido, amor sem medida. É o dia do sacrifício supremo, em que a cruz se torna trono e o fracasso aparente se revela a mais sublime vitória. Neste dia, o Amor se deixa crucificar.
O escândalo da cruz
A cruz, para os olhos humanos, era símbolo de vergonha e derrota. Mas Jesus a transforma em altar. Ali, Ele revela o rosto do Pai: misericordioso, fiel, apaixonado pela humanidade.
Não há espetáculo, não há resistência, não há vingança. Há entrega. Há silêncio. Há perdão: “Pai, perdoa-lhes.”
A cruz se torna resposta de Deus ao pecado do mundo.
As últimas palavras
As palavras de Jesus na cruz são testamento de amor:
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“Tenho sede.” — da nossa fé, da nossa entrega, da nossa presença.
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“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” — confiança total, abandono amoroso.
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“Está consumado.” — missão cumprida, amor levado até o fim.
Ele não foi vencido. Ele se deu. Ele nos amou até o último suspiro.
Maria e João: os fiéis da dor
Aos pés da cruz, estão Maria e João. Os que não fugiram. Os que permaneceram quando tudo parecia perdido.
Jesus entrega sua Mãe ao discípulo e, nele, a todos nós.
A cruz une. A cruz gera família. A cruz é berço da Igreja.
Hoje somos convidados a ficar com Maria aos pés da cruz. Não há palavras — só presença. Olhar a cruz com fé e deixar que ela fale ao nosso coração.
O silêncio da tarde
A Sexta-feira Santa é marcada pelo silêncio. Não há missa. Não há hinos de glória. A Igreja jejua, chora, adora a cruz.
É tempo de interioridade, de reverência, de contemplação.
Às três da tarde, fazemos memória da Morte do Senhor. Tocamos o mistério da redenção. E ao beijar a cruz, dizemos com o coração: “Obrigado, Senhor, por tanto amor.”
Oração do dia
Senhor Jesus,diante da Tua cruz nos ajoelhamos em silêncio.
Não há palavras que expressem nossa gratidão.
Toma nosso coração endurecido e faz dele terra fértil para o Teu amor.
Ensina-nos a carregar também nossas cruzes, confiando que contigo,
até a morte pode gerar vida.
Amém.
Hoje não celebramos o fim da vida.
Celebramos o início de uma nova esperança.
A cruz, árvore da vida, nos aponta para o domingo da ressurreição.

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